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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

Um Filme Que Não Termina / Reflexão

Um Filme Que Não Termina / Reflexão

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Todo filme precisa de um fim, seja ele alegre, ou triste. Filmes que não terminam deixam ao cinéfilo uma estranha sensação de frustração.

O arremate de toda história é necessário. Toda etapa tem o seu término para que outra etapa comece.

Não existe o mesmo time sem líder.

Essa ideia de filme onde cada qual segue o seu caminho pretendendo reunirem-se anos depois, é filme de formatura de qualquer curso.

O roteirista escreveu para o último diálogo entre dois jovens:

_Eu espero que no futuro que hoje se inicia nada de mal te aconteça.

O outro jovem respondeu:

_Eu espero não ter que usar o seu passado contra você.

É um filme sobre amizades e como podem se tornar corrosivas.

Esse é um filme que muitos artistas se recusam a participar. Não é um filme sobre amizade, é um filme sobre jogos de interesses.

Depois de bons momentos a situação se perde até chegar ao caos das relações humanas.

O letreiro, ao final do filme, diz: continua...

É um filme imaginário, mas de uma crueza absurda. Porque essa é a pior das possibilidades, a de amargar tudo de bom que é possível.

Existe ambientes onde se pode cultivar o amargor, mas fogem ao propósito da existência.

Talvez a influência do texto tenha feito surgir este filme.

O texto dizia das pressões indevidas e inaceitáveis, da imputação de culpa a quem não a têm, as trocas de favores, as obrigações impostas por grupos criminosos e outras situações desagradáveis.

Realmente era um texto fora da lei.

Discutia a marginalidade espiritual, porque da legal, os conhecedores das leis sabem como agir.

Excluiu-se do texto todas as outras possibilidades, a possibilidade do bem, da ajuda mútua, da livre iniciativa espiritual de preservar os pontos comuns e de mútuo apoio.

Esse é um texto irreal porque não existe esse mal apregoado nele. A tristeza e o amargor não são a regra dos propósitos da existência.

Peguei um táxi. O motorista contou em poucas palavras uma história de mendigo. O mendigo, no passado foi um empresário. Traído pela mulher, ele deixou os bens para os filhos, vendeu a empresa e foi conhecer o mundo. Gastou tudo. Voltou ao Brasil, não se reergueu e se transformou em mendigo.

Eu não acreditei nessa história, achei-a exagerada. Se o empresário tinha deixado os bens com os filhos, como é que ele volta ao país e se transforma num mendigo? Se ele gastou o dinheiro da empresa, por certo teria propriedades disponíveis, tendo em consideração que, segundo o taxista, ele se dava bem com os filhos.

A marginalidade espiritual não se pode aceitar como regra.

Cabe a cada um de nós não aceitarmos tanto amargor. Termina-se uma etapa, começa-se outra. Não existe time sem treinador, o treinador é a alma do time.

A doutrina do amargor é uma falsa doutrina. As possibilidades boas existem como fator integrante da humanidade.

Não se seguem caminhos derrotados de início, ou, ultrapassados. O derrotismo é uma perversidade do indivíduo contra ele mesmo.

Imaginem sair, ir ao cinema, comprar pipoca e assistir um filme como o imaginado no começo do texto. É melhor ficar em casa.

Penso que não podemos cultivar a desesperança, há muita gente que pode, nesse momento, estar precisando de nós. Que ninguém se obrigue a sair por aí praticando boas ações, mas, não é má ideia, quando se compara com pensamentos derrotistas e amargos sobre a existência.

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