Rio de Janeiro

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O blog da Nina, menina que lia quadrinhos.

domingo, 31 de agosto de 2014

Inconstância

Inconstância
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Porque é primavera,
A tristeza espera
Para depois. Rua,
Que, ao olhar continua.

Entoada a quimera,
A canção libera,
Bem-Te-Vi coadjuva,
E a chuva cultua.

À nova atmosfera,
Logo se pondera,
Se ao que foi insinua,
O que é essa alma nua.

A inconstância gera
E reconsidera;
A onda flutua,
Como a um mar de lua.

sábado, 30 de agosto de 2014

Contação de História: Boi-de-Mamão





O
Bom Contador de Histórias

     Ainda estou fascinada com a palestra, mas vou compartilhar o folclore do Boi-de-Mamão
conforme contada em Santa Catarina.
     Uma esposa grávida acorda no meio da noite com desejos de comer língua.
     O marido foi até o pasto e cortou a língua do Boi e levou-a para a esposa preparar, mas
sentiu remorso e correu até a cidade para buscar o médico para salvar o Boi.
     O médico estava numa festa com a esposa e correu para ajudar o amigo que tinha cortado a
língua do Boi porque a mulher estava com desejos de mulher grávida.
     Chegando à fazenda, o médico correu para atender o Boi, mas enquanto preparava o material
observou que a sua mulher tinha sumido no meio do mato. O amigo e dono do Boi,
também.
     Ele, casado com mulher grávida, sentiu falta de carinho e, ela, esposa do médico da
cidade, era muito sozinha e os dois foram conversar a sós.
     Ao ouvirem os gritos do médico procurando pela mulher, correram para a casa da
fazenda e disseram que pensaram ter ouvido a esposa grávida chamar por ajuda.
     O médico ouvia a história da esposa e do fazendeiro enquanto o Boi estava à míngua no
campo.
     Por ali passou um benzedor, juntou o mato que curava e tratou o Boi, que já estava
fraco por não ter língua.
     Quando o médico, a mulher dele, o fazendeiro, que desta vez estava acompanhado da esposa
chegaram ao pasto, o Boi estava em pé, como que ressuscitado.
     Quando o Boi fica em pé todos dançam e comemoram.
     Essa é a história folclórica do Boi-de-Mamão do Sul do país, é parecida com as
comemorações nordestinas, mas as nordestinas são realizadas no dia de São João
e, as de Santa Catarina, antes do Natal.
     É uma festa do sincretismo religioso brasileiro e merece o carinho de toda a
população 
     A origem do nome Boi-de-Mamão tem duas origens, a primeira é a de que o homem não tirou somente
a língua do Boi, mas a cabeça e colocou um Mamão no lugar da cabeça, o que
provaria o milagre do Boi estar vivo, embora precisando de atendimento médico.
A segunda é a de que o Boi caiu depois de beber água do alambique de cachaça e
nunca perdeu a língua, ele é que não conseguia mugir porque estava bêbado e
tudo não passava de história do povo.
     Mas, Folclore não é história do povo?
     Quando tiver contador de história para adulto, serei criança de novo e assistirei com
palestra ou sem palestra.


     Bom Domingo para vocês! 

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Medos / Psicanálise - Crônica

Medos / Psicanálise

Eu não sou psicanalista, mas amei a ideia: Folclore e Psicanálise.

A palestra fascinante sobre a origem do folclore, espontânea, vinda do meio do povo.

A origem dos medos, que todos têm, em maior ou menor grau, originadas também das sensações percebidas no útero materno pelo bebê, enquanto feto.

As imagens da tenra infância, até três anos de idade, que ficam na memória como que gravadas num disco rígido de um computador, acompanhando o indivíduo por toda a vida.

São imagens diferentes daquelas criadas e reforçadas pelo ambiente da educação da criança, tais como medos originados pelo ambiente escolar regido pela cultura do medo. Esses são medos identificados e corrigíveis pela negação consciente e paulatina do medo, um medo decifrado pelo portador.

Os medos inconscientes são os medos que a psicanálise trata.

No entanto, conforme o tema da palestra, todos podem verificar os seus grandes medos, porque o inconsciente conversa com o consciente, e, de repente, no meio de um filme, a lembrança de algo que te fez sentir medo é lembrada. Não é lembrada à toa, é lembrada para que você pense naquele medo e, a partir daí, reflita qual medo da vida adulta é originada dessa lembrança.

A distância cultural dos costumes foi marcante na diferença dos medos antigos, como o medo do bicho-papão, que, aliás, reforce-se, em particular, eu e o público em geral, que o bicho-papão não era permitido na minha infância. Se eu tivesse medo do bicho-papão eu não a teria assistido o filme, que foi de arrepiar os cabelos para as crianças.

Vamos exemplificar a diferença com a história contada durante a palestra:

A mãe dirigia o automóvel com o filho no banco de trás e, para distrair o filho, pediu ao menino que contasse a história dos três porquinhos.

O menino contou do primeiro porquinho e a mãe ajudou no final:

_A casa era de palha e o vento derrubou.

O menino contou do segundo porquinho e a mãe ajudou no final:

_A casa era de madeira e não suportou a ventania.

Como o trajeto até a sua casa estava no final, a mãe tentou encurtar a história:

_E o último porquinho, aquele que construiu a casa de tijolos e que a fez com muito capricho, o que aconteceu com ele.

O menino, seguro de si respondeu:

_Se deu mal também, porque foi o meu almoço de hoje na escola.

A educação de hoje é outra, mas há valores ainda a se preservar. Outro ponto a se discutir, incluindo as nossas tradições folclóricas. Gostei da sugestão de fazermos a festa do Halloween, a festa americana que é bem aceita no Brasil, com o Bicho-Papão e o Curupira, o protetor da floresta, entre outras criaturas brasileiras assustadoras e bem vindas enquanto formas lúdicas de lidar com o medo.

Outro ponto que merece discussão é a qualidade de sabedoria e conhecimentos gerais que as mães, ocupadas como estão pelas inúmeras atividades diárias, conseguem passar para os filhos na forma de alguns anos atrás, contando as histórias dos seus pais e avós. Esse lapso de tradição oral entre as gerações gera a perda da cultura, irrecuperável pelas gerações seguintes. Esse é um medo social, porque são costumes passados de geração para geração que ficarão perdidos.

Palestras são formas de contar histórias e sugerir soluções através das experiências da vida pessoal e profissional de cada palestrante.

Compartilhar ideias é uma forma de manter e atualizar conhecimentos.

Contudo, é antiético divulgar nomes de psicanalistas e eu não o farei. Espero que tenham gostado do resumo.

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Sem Palavras







Sem Palavras

O que o poema não diz
Nem de leve; a canção,
Consolida feliz
Em saudade e razão.

Apagando esse giz,
Vem lembrar a noção
Da questão nesse xis;
De um nariz à emoção.

Não se nega ou desdiz,
Que a palavra cria a ação,
Mas sem letra, condiz,
Com amor sem senão.


quarta-feira, 27 de agosto de 2014

Bom Humor

Bom Humor

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Venha agora,

Cobertor.

Sem demora!

 

Foi-se embora

O calor,

Colabora.

 

Que já é hora...

 

Bom humor.

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Bordado

Bordado

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O bordado se conhece,

Reconheça pelo avesso,

Pois, onde há nós, não tem preço;

Há a beleza de quem tece.

 

O vidrilho não merece

O descaso do começo,

O desenho é seu adereço

E, ao cuidado, se enternece.

 

O princípio é o que enobrece

Todo o meio que estabeleço,

Pois, mostrado pelo avesso,

Quem bordou se resplandece.

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Palavra Viva

Palavra Viva

clip_image002Luz Matinal no Armário

A cruz brilha livre,

Sem interferência

Humana ao que vive

Além da existência.

 

Em luz que se avive,

Na foto sem ciência;

O sol que adjetive,

A fé em sua fluência.

 

Ele ama e convive

Vivo, em excelência,

Oração inclusive,

Tripla quintessência.

 

Obs. Pela doutrina da igreja que frequento, a cruz livre indica que Jesus vive e está no meio de nós nessa condição: livre e vivo.

domingo, 24 de agosto de 2014

Reticências

Reticências

...

Saudade ou despeito,

O que há nesse peito,

Não te cabe, Oh, vista!

 

Num jeito sem jeito,

O poema é perfeito,

Coração não é pista...

 

P’ra onde foi o desfeito,

 

Encontrou o que dista.

sábado, 23 de agosto de 2014

Adivinha

Adivinha

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Onde não tem,

Também não falta,

E não é vintém

O que se exalta.

 

Não diz, porém,

Não sobressalta;

Vem de ninguém,

E não se esmalta.

 

Mas se mantém

Na conta em alta,

Vai muito além

Do que ressalta.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Polivalentes, Futebol?

Polivalentes, Futebol?

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Particularmente, conheço o termo polivalente oriundo do futebol. Antigamente se dizia pejorativamente que polivalente era o jogador que chutava com os dois pés e fazia gol de cabeça, ou seja, inexistente dentro do campo.

De fato, a polivalência não é habilidade compatível com a maioria dos jogadores, que nem por isso, deixam de serem habilidosos e excelentes.

No entanto, todos nós temos mais de uma habilidade e as diversas habilidades merecem tratamento diferenciado.

Sem que haja a despersonalização de ninguém, é possível conviver com as diversas habilidades sem que uma interfira na outra. Para tanto, é preciso não dar exclusividade a nenhuma delas, sem, no entanto, ser hiperativo ou dispersivo.

Os mestres dizem que as habilidades se desenvolvem em círculos, que se cruzam equitativamente uns aos outros. Geralmente há habilidades melhores desenvolvidas que as outras, variando igualmente, de indivíduo para indivíduo.

A proporção da influência das habilidades varia de pessoa para pessoa, sendo que quase todas as pessoas possuem uma habilidade dominante.

Quando, por fatores internos e externos, essa habilidade é desconsiderada, ela não desaparece do indivíduo, ela adapta-se às exigências e se desenvolve por outros mecanismos que não os convencionais tais como o estudo voltado para o desenvolvimento da habilidade dominante de cada indivíduo.

Nesse desenvolvimento sem direcionamento, a habilidade dominante aparece e se satisfaz sendo polivalente.

Diferente da ambivalência, a polivalência não é habilidade natural; ela se desenvolve a partir da sua contrariedade natural, sejam essas contrariedades vindas dos costumes ou das necessidades de convivência.

Toda teoria, precisa da sua fundamentação e, nesse caso, a fundamentação é infantil e particular.

A criança passa o primeiro ano de estudos desenhando com a mão direita porque escrever com a mão esquerda é considerado obra do “capeta” pela escola.

A família intervém e a criança consegue a liberação para escrever com a mão esquerda, feliz.

O resultado é que ela escreve com a mão direita, consegue comer com a mão direita quando preciso, mas é antinatural. A mão direita é amiga da mão esquerda pelas contingências.

A contrariedade é fator de polivalência. As habilidades naturais, quando contrariadas, desenvolvem outras maneiras para se desenvolverem.

A habilidade natural, desenvolvida em seu potencial pleno, produz ótimos resultados, mas para os jogadores de futebol penso que a palavra ambivalente seja a adequada ao jogo bem sucedido.

Quanto ao polivalente, têm-se a vantagem da consciência daquilo que é antinatural, mas desenvolvido a contento pelo mesmo.

Alguém falou em futebol? O esporte é universal e, ainda é digno de público.

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Gratidão

Gratidão

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Todo ser é um templo em construção,

Nessa vontade de ser perfeito,

O onde e o porquê de toda oração.

 

Se o hoje é o entremeio para a adoração,

O ontem foi zelo, foi amor aceito,

Para um futuro de comunhão.

 

Diário da graça é do erro, o perdão;

 

Rir de si mesma, uma gratidão.

quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Adolescentes / Crônica do Cotidiano

Adolescentes / Crônica do Cotidiano

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O termo correto seria jovens adultos, todos entre dezesseis e dezoito anos.

Fui comprar petiscos na hora errada.

O estabelecimento estava repleto “deles”.

A garota do automóvel, que agora possui um risco no para-choque frontal, totalmente otimista:

_Quando eu for engenheira, criarei para-choques de borracha que não marcam e nem amassam.

As outras a elogiaram pela ideia. Ela complementou:

_É mais fácil criar para-choques de borracha do que contar para o meu pai.

Todas riram e ela foi para casa conversar com o pai dela. Otimista!

Eis, que aparecem os eternos Romeu e Julieta. Segredo no Shopping Center, ninguém sabe que eles estão namorando às escondidas.

Ele entra numa moto turbinada, zero quilômetro, com pressa para estacionar. Jeito de homem e cara de menino metido a homem feito.

Ela entra no automóvel da família, antigo, com pressa. Pela aflição, o seu maior medo era encontrar algum irmão ou irmã, ou amigos da família. Estacionou num local diferente da moto dele, depois que ele pediu para não estacionarem lado a lado.

Mais adiante, uma turma de moças educadas. Entre elas, a que sabe tudo sobre os outros.

As amigas, ao ouvirem os comentários que não lhes pertenciam, perguntaram a ela se ela gostaria de entrar para alguma academia policial e pegar bandidos.

Ela, rápida na resposta, disse:

_Não. Eu quero saber para depois contar a quem me interessar. Manipular a vida dos outros me parece interessante.

_Toma cuidado com isso, disseram as outras.

Mais jovens, agora garotos, falando sobre as meninas:

_As meninas que gostam de garotos com automóveis acabam por serem escravas deles. Eles sabem que elas não gostam deles e se aproveitam da situação.

O bom é que saí sem ter que trocar uma palavra com eles. Eu não saberia o que dizer! A pressa foi minha.

terça-feira, 19 de agosto de 2014

Encarte

Encarte

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Não se começa sem terminar,

Toda metade é apenas pedaço

Do que foi inteiro, falta encartar;

 

Fotografia de não se negar,

Ao vislumbrar longe algum regaço,

Descanso à vista, o desassombrar...

 

Mesmo em papel, todo um poetizar,

 

Descanso da alma em seu escrito passo.

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Rápida, Sucinta e Definitiva / Crônica do Cotidiano

Rápida, Sucinta e Definitiva / Crônica do Cotidiano

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Era domingo. Praça de Alimentação lotada. O marido conversa com a mulher, ambos com alianças nos dedos:

_Eu preciso te dizer que a sua contribuição financeira para o sustento da casa deve ser igual ao meu. Casamento não é para vida toda e estamos casados há dois anos. Acredito que num prazo máximo de quatro anos, estaremos separados. Na hora de dividirmos os bens eu pegarei mais porque estou contribuindo com mais e você pegará menos. Por enquanto a gente se entende, mas temos que pensar no futuro.

Chegou à vez de eles pegarem o lanche.

A mulher, num gracioso vestido florido ligeiramente acima dos joelhos, fez um ar aborrecido, mas sentou-se com ele para comer.

Infelizmente, disse eu, acabamos de presenciar o fim de um casamento.

_Você não devia ter prestado atenção... Acabou o casamento.

As pessoas que presenciaram a conversa concordaram. Se daqui a alguns anos, a separação está planejada, que seja agora. Esse casamento vale menos que o lanche deles.

Sem palavrões, sem brigas, sem choro, sem emoções.

Amor de menos.

sábado, 16 de agosto de 2014

Cortesia

Cortesia

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A chuva na manhã fria,

Aquele tilintar d’água

Lá fora, na calmaria,

D’um sábado, quase afaga.

 

Caminham guri e a guria;

Com malhas frescas, sem mágoa,

Enquanto outro jeans desfia;

A estiagem branda divaga.

 

Encontros de cortesia,

Tal fosse o rio que deságua

Ao mar, lento à correria,

Perfeito jeito da plaga.

sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Varais

Varais

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Na lavanderia,

Não existe poesia;

Água, vapor e ferro.

 

As mãos na água fria,

O varal do dia,

Dispensa algum erro.

 

O cesto esvazia

 

Naquilo que encerro.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Filme: Os Guardiões da Galáxia







Filme:
Os Guardiões da Galáxia

     O cenário
do filme é ambientado em uma superfície parecida com a superfície lunar, num tom acinzentado. Para quem não sabia, na Lua existem os vulcões ainda em atividade. Diferente da Terra, a lava não desce as montanhas porque a gravidade não permite. A lava originada nos vulcões congela na atmosfera formando arcos
por sobre as depressões chamadas de crateras.
     Os efeitos espaciais provavelmente foramfeitos a partir das salas dos planetários côncavo e convexo do Museu de História Natural.
     Os simuladores de voo espaciais foram utilizados como veículos, com cores vibrantes, quem sabe não teremos fuscas voadores no futuro?
     De certa forma, o fato histórico fica por conta da mania de um dos guardiões gostarem de música. A história dele conta que ele foi abduzido por um disco voador e toda a lembrança que ele tem é uma fita cassete com algumas músicas da época. Termina o filme e ele não compra um MP3, a parte triste do filme.      Prevalecendo da forma caricatura, o filme conta com muitos momentos engraçados.
    Interessante é observar que a produtora do filme deixa uma imagem final após os letreiros e o colega cinéfilo fez com que aguardássemos o final e o momento propiciado pela produtora.
     Rimos muito. A piada dizia respeito ao assunto do momento. Algumas igrejas cristãs no exterior estão realizando casamento de homossexuais e algumas igrejas cristãs discutem o tema.
     A amiga, depois da piada, olhou para a outra amiga, que era eu, e disse:
     _Um dia eles se convencem de que são homens. 
     Gargalhadas gerais.
     Nós não fomos ao cinema para falar do assunto. Cada um foi para o seu lado discretamente.
     Até a próxima amadas e amados!
     O dia de ontem passou. Vamos em frente.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014


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A palavra não dita
É a palavra maldita;
Cristo nunca a negou.

Em Jesus acredita,
Nessa fé que é bendita;
Naquele que só amou...

Em meio à cruz e a desdita,

Deus Pai aos céus O levou.

Artes / Filosofando

Artes/ Filosofando

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Ao criar o mundo e todas as coisas, animais e Adão e Eva, Deus foi artista. Deus deu vida às formas por ele imaginadas e com graça as dispôs para o homem e a mulher.

A arte em si não supre todas as necessidades do homem, mas o aproxima da plenitude de espírito.

Deus também criou o engano: a árvore do conhecimento.

Todos se lembram da moça da propaganda de shampoo e da voz dela. Para surpresa geral, a propaganda é lembrada até hoje e se tornou uma brincadeira comum nos salões de beleza.

O conhecimento, que é o engano, faz com que a aparência seja adequada ao público, o que fere o ego do artista sem que ele se dê conta. O ego do artista é dono e posse da sua arte.

O ser humano precisa da arte, é uma necessidade vinda da origem da existência.

Todo artista precisa da sua privacidade, de usufruir da arte que ele mesmo proporciona aos outros.

O artista precisa refrescar-se nas artes, vamos ao fato:

Clark Gable, aquele do filme “E O Vento Levou”, elogiado pelo sorriso charmoso e carismático que possuía, confidenciou, anos após as filmagens, que os sorrisos daquele filme se deram por conta da dentadura frouxa e, que a maior dificuldade técnica do filme, foi beijar Janete Leigh com a dentadura escorregando para fora da boca.

Talvez tenha sido a melhor forma já vista de um artista mostrar as suas fragilidades.

Ele era jovem, os recursos odontológicos da época eram menores e ele era banguela.

Por que Clark Gable? Porque ele não sujeitou o corpo dele as exigências do público. Ele não engordou e não emagreceu para fazer filmes, não abusou do seu corpo com remédios para dormir e para acordar para satisfazer o público ou, os seus patrocinadores.

A autenticidade está em falta no mercado, mas as genialidades existem e os grandes filmes e artistas também.

Diga-se que esses pequenos segredos dos artistas, quando contados por eles mesmos, têm graça, mas quando descobertos a contragosto deles, tiram a graça da arte e proporcionam o engano, pois o engano é o olhar daquele que descobre o fato para que ele esteja no lugar da graça do artista.

Sophia Loren contou que comia macarrão todos os dias. Ninguém dançou mambo com o mesmo charme e voluptuosidade. Sem iogurte natural, sem cereais e sem academia.

A arte precisa redescobrir as suas origens, a sua originalidade na personalidade única de cada indivíduo, o indivíduo visto separadamente da sua atuação.

O conhecimento pode dar possibilidade à sabedoria, possibilitar a relatividade do mercado enquanto consumo.

A arte se for vista sob o aspecto de consumo, não passa do saco de leite pasteurizado, reconstituído e homogeneizado tipo C.

Arte é graça e o sucesso pode vir do conhecimento ou não, mas é preciso que os produtores e patrocinadores deem papéis de atuação em acordo com a compleição física do artista.

O preço do sucesso, mal comparando e, voltando ao início do texto, não pode ser a cobra.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Nome aos Bois / Autoajuda

Nome aos Bois/ Autoajuda

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São momentos de sorte, embora não sejam os mais agradáveis.

Você encontra alguém estressado, com os nervos à flor da pele e, que diz o que pensa, a quem obedece, por que age daquele jeito e, pior, diz que por necessidades pessoais e de família, propaga o que ouve sem se certificar dos fatos.

O melhor desse acontecimento é que existem métodos de lidar com o fato. São os métodos de pacificação, estão nos livros e apostilas, ainda necessitando tradução.

Quando acontece algo semelhante, diz-se que a pessoa vomita o que lhe faz mal, como se estivesse intoxicada por algum alimento deteriorado.

Quando acontece isso com alguém que você ama, alguém da sua família ou algum amigo, o conselho é que se respeite o desabafo e se aprenda a não deixar as emoções chegarem a esse ponto, conversando a respeito do que aborrece o relacionamento, sem culpa ou ressentimentos.

Quando acontece isso em relação a pessoas estranhas ao seu relacionamento, anote tudo o que ela diz, de quem ela fala, a quem ela obedece e, por que age da maneira que age. Infelizmente, nessas horas, a pessoa estressada dá nome aos bois e ao matadouro, ao açougueiro, ao restaurante, ao cozinheiro e ao garçom. Ela está mal e precisa de ajuda. Mas não da sua ajuda, da ajuda dos amigos dela.

Nesses casos, a melhor resposta é:

_Perdoe-me, eu não sabia de nada disso.

Agora você sabe. Nada permanece igual depois que você sabe.

Quem frequenta o restaurante depois que sai nos jornais aquelas notícias onde muita gente sai dali para o hospital infectado por salmonelas?

A sorte, nesses casos, se dá quando você não conhece nenhum dos elementos citados.

O azar é quando você conhece todos os elementos citados e não pode ir à festa onde todos passaram mal. O seu estômago está bem, mas você verifica que a vigilância sanitária fechou o lugar e que a situação é real.

Você não mais irá naquele restaurante por diversos motivos.

O João, o Pedro, o José, o Joaquim, a Ana, a Maria, a Ana Maria, a Mariana, quanta gente!

As intoxicações espirituais existem. A diferença está nas medidas que se tomam. Anotamos, conversamos, resolvemos as emoções, higienizamos a alma antes de prosseguir. Exatamente como se fosse uma intoxicação alimentar procuramos trabalhar as emoções com alimentos espirituais leves até a recuperação. Os nomes dos bois foram ditos e há que se tomarem precauções antes da próxima refeição, mas com serenidade na alma.

Quem consegue trabalhar as emoções, consegue apaziguar as situações.

Eu tenho comigo a apostila, mas foi preciso querer a palestra.

Viver em paz com as suas relações pessoais é um esforço contínuo, regra que vale para todos.

Esse trecho do texto agora está compartilhado. Espero ter conseguido transmitir o espírito da situação e do ensinamento.

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Superlua

Superlua

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Na candeia da lua cheia,

Intensa ao se aproximar,

Ruma a rua a sossegar.

 

Poetizando o que clareia,

Nessa lua, o enamorar,

É a mulher do serenar.

 

Superlua é maré cheia,

 

É mãe da Terra, brinde ao ar.

sábado, 9 de agosto de 2014

Feliz Dia dos Pais!





Esse vídeo é uma lembrança do blog a todos os pais!

Felicidades a todos os pais.

Um abraço, Yayá.

Poema Paranaense

Poema Paranaense

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O cansaço é um travesseiro

Abraçado ao seu colchão,

Na preguiça do dia inteiro,

Não se dorme; dorme o não.

 

O casaco é companheiro

De toda sofreguidão,

Mas não vence o seu chuveiro,

Pois essa água é o seu ladrão.

 

Quando esse frio é feiticeiro,

Pega a cuia e põe chimarrão,

Chama o amigo conserveiro,

E bate-papo de irmão.

 

Esse frio passarinheiro,

Passa logo, é da estação;

Como diz o amendoinzeiro:

Quebra a casca e come o grão.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Capela

Capela

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Casa sem quintal,

Criança na janela;

Vaso de cristal,

Rua mais que bela.

 

Costura e dedal

Ao sol que amarela

À árvore e o pardal,

Porque gostam dela.

 

Cinto de avental,

Bucólica tela

De um monumental

Quadro na capela.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Uvas Verdes

Uvas Verdes

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As uvas verdes na parreira

São tantas, doces, que as rosadas,

Até e talvez, a vida inteira,

As subestimem penduradas.

 

Todas as uvas são sombreiras

Das esperanças ancoradas

N’algum terreno de meleiras

Das muitas luzes cobiçadas.

 

Estão maduras e altaneiras,

E continuam esverdeadas;

E, sem nenhuma com ciumeira,

Todas no cesto vão irmanadas.

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Caqui

Caqui

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Se o ganhei de ti,

Não o devolverei;

O bem fica aqui,

E o recordarei.

 

Gostar é de si;

Alegrias terei.

Ao obter um caqui,

Café que alcancei.

 

Assim, aqui e ali,

O pressuporei

No livro que li,

Rindo ao já-te-vi.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Parada da Degustação / Crônica de Supermercado

Parada da Degustação / Crônica de Supermercado

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Boa degustação: pão com creme de ricota e café.

Formou-se uma pequena fila em torno das moças.

Com as mãos ocupadas, deixamos as compras junto a nós, mas sem a segurarmos, ninguém consegue degustar e segurar as compras nas mãos ao mesmo tempo. Rimos.

Uma senhora disse para que não nos preocupássemos porque as compras ficariam exatamente ali, à nossa espera.

Eu disse a ela que ela estava certa, aquela pausa nos faria bem, além do bate-papo descontraído que nos fazia bem.

Ela me olhou nos olhos com o olhar emocionado e contou a sua história

_Eu fiquei viúva cedo. Eram três filhos para encaminhar. Tudo correu bem e eles fizeram as suas vidas, se casaram e me deram netos. Eu continuei a cuidar de tudo para eles. Eu me importei com o horário da escola de cada uma das crianças, ajudei na escolha da babá, fiquei com as crianças para que os casais saíssem para namorar, eu era tão atenciosa com todos e achava que era a minha obrigação de mãe, não me importando quando eles diziam que eu exagerava nos meus cuidados.

Os olhos dela estavam úmidos, mas ela se controlou e continuou contando.

_Um dia, sem mais nem menos, tive um treco. Os meus filhos me levaram ao hospital. Fiquei internada em observação. Como os exames deram bons, o médico diagnosticou estresse. Dali em diante foram dois anos para aprender a não fazer tudo por eles. Eu não podia controlar a vida deles como se eles ainda fossem crianças; aprendi a ser a avó dos meus netos quando eu estava querendo ser a mãe deles.

Ela olhou para o carrinho de compras e ele estava superlotado. Instintivamente, olhei para o carrinho de compras dela e, sorri.

Ela sorriu ainda emocionada.

_Está bem, o meu carrinho é para oito pessoas. Eu me desapeguei bastante, você não imagina como é que eu era antes. Todas as manhãs eu passava na casa dos três e perguntava em que eu poderia ajudar. Assim começava o meu dia e, como todos gostam de carinho de mãe, eu ajudava a todos, a nora e os genros incluídos nessa lista.

Eu perguntei:

_E agora, como é que é?

Ela me disse que agora ela se contentava em receber os netos e deixar que as famílias que os filhos criaram fossem do jeito que eles quisessem. No entanto, se ela visse que algo não iria dar certo, ela não hesitava em avisá-los.

_Eu me acostumei com esse novo estilo de vida, embora eu ainda sinta vontade de cuidar de todos. Eu tive que descobrir atividades para me distrair, não foi fácil. Foram dois anos de acompanhamento médico até que eu me libertasse dessa obrigação, que, afinal de contas, eu cumpri e faz tempo.

Lições de vida com creme de ricota, pão e café.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Improviso

Improviso

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Improviso futilidades,

Distrações dessa hora de agora,

Mas evito facilidades;

Compromissos estão de fora.

 

Experiências são essas verdades

Que permitem o fato, embora,

Não contar com essas vaidades

Seja o caso dessa vanglória.

 

Improvisos são atividades

Necessárias, a chuva e a flora,

São essas tantas atividades

Que o relógio deu agora a hora.

domingo, 3 de agosto de 2014

A Hora e a Vez da Psicóloga

A Hora e a Vez da Psicóloga

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Há muitos anos atrás, na porta de entrada de um cinema havia um cego que pedia esmolas para comprar ingressos para que ele assistisse a um filme, do qual todos falavam que era bom.

Naquela época o politicamente correto não existia e um gaiato disse ao cego:

_Para que você quer ingresso para entrar no cinema se você não pode assistir ao filme.

Ele respondeu:

_Eu preciso de dois ingressos: o meu e o do narrador do filme que é um amigo meu. Em dupla, eu assisto ao filme igual a vocês.

O gaiato que fez a pergunta, foi até a bilheteria do cinema, comprou os dois ingressos e disse para que o cego chamasse o amigo para entrarem no cinema.

O cego não teve dúvida e gritou olhando em direção aos carros:

_João: pare de se enrolar aí na sorveteria que eu consegui os ingressos.

O João atravessou a rua, deu o braço ao cego, segurou a bengala e entrou contente ao cinema com o amigo cego.

Passam-se anos e aparece uma jovem cega e pede para passear com as amigas.

_Vamos! Eu te ajudo com a bengala e o lanche.

A jovem responde:

_Não é o que eu quero. Eu quero que você me conte tudo o que você observar em cores e detalhes.

As amigas responderam que aí não seria um passeio, seria um atendimento. Elas não se divertiriam juntas, pois uma estaria a serviço da outra.

A jovem cega questionou por que motivo ela não poderia olhar a paisagem com os olhos das amigas.

_Nós podemos te contar o que vemos, mas não estaremos à sua disposição para o que nos emocionar; as lágrimas impedem a exatidão das descrições e passaremos uma falsa imagem do que observamos.

A jovem cega disse que imaginava a partir das descrições.

_Uma fotografia e um sofá são os lugares apropriados para as descrições. Os passeios são para troca de ideias, sorrisos, queixas e lanches. O comentário de toda a festa geralmente ocorre no dia seguinte. É uma tarefa quase impossível.

A jovem cega ficou ressentida.

Uma das amigas disse:

_Amiga, nós podemos fazer excursões sensoriais e juntas conversarmos sobre as emoções não visíveis, mas tocadas. O que você acha?

A jovem não aceitou.

A não aceitação da jovem era com relação à situação dela mesma. Era complicado para as amigas proporem diversões, quando o que ela realmente queria era jamais ter ficado cega.

Agora, outra situação:

Um homem aposentado teve uma doença que o deixou cego. Dinâmico, tudo que ele pedia aos conhecidos era a carona até o centro de ensino aos cegos.

Ele aprendeu a ler em Braille, a manufaturar cestas de vime trançadas à mão, feitas em cima da mesa.

Era um homem resoluto e, perguntado por que se levantava cedo nas manhãs frias e se dirigia às aprendizagens, ele respondeu:

_Naquele lugar eu esqueço que sou cego. Eu leio, escrevo troco emails, bato papo no Messenger, trabalho e doo toda a produção das cestas de vime em prol da instituição porque não preciso de dinheiro e nem de emprego e fiz uma boa amizade com uma cega que também frequenta o lugar para me ver. Estou com alguma idade e, antes que os meus filhos e as minhas noras pensem em me colocar numa casa de repouso, eu mesmo a arranjei. Entro junto com a zeladora às sete da manhã e saio quando encerra o horário de funcionamento, às sete horas da noite. Como tudo o que peço é a carona e dentro do horário deles, eles me levam e trabalham sem preocupações comigo.

Esse também era um homem bom de papo, sentava-se quando chegavam visitas para os filhos e lanchava com todos.

Ainda brincava, dizendo a todos:

_Sou cego, mas não estou morto.

A complexidade da personalidade dessas pessoas chama a atenção, é caso para psicólogos. A pobreza do primeiro cego e a riqueza do segundo não foram fatores determinantes no comportamento deles. A jovem que queria as descrições precisava de ajuda, mas como ajudá-la?

Dessa vez fiz um texto dirigido a eles e elas, contando com a ajuda dos psicólogos.

sábado, 2 de agosto de 2014

Conveniência

Conveniência

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Malemolência que não é minha;

Mesmo não sendo espelho, admiro.

A conveniência não é sozinha,

Acompanhada está d’um giro.

 

A simpatia parecia vinha

De uvas maduras d’um retiro

Ensimesmado, que retinha,

Todo um valor que então respiro.

 

E, desconfiada, o que convinha,

Não dispensei um doce suspiro,

Nessa bondade, que é vizinha,

A me dizer que assim me viro.

 

Se não fala a letra que é minha,

Também não diz nenhum vampiro;

Se não me espelha, não amesquinha,

Bonito é o espelho que não adquiro.

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

Descanso

Descanso

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Por que tanto querer,

Se nada explica o mar

Nesse seu contemplar

Navios ao entardecer.

 

Observar é se ver,

Distante, se espelhar,

Nas águas a passar

Em vagas, não sofrer.

 

À música, o render,

Louvores ao ondular;

À areia nos pés, passear,

Descansar, se entreter...